quinta-feira, 6 de junho de 2019

ARTIGO: REPRESENTATIVIDADE SEM REPRESENTADOS.

Por: Ricardo Noronha Junior - Policial Militar


  As guardas municipais, algumas, continuam a crescer, tecnicamente, operacionalmente e logisticamente. Fortaleceram-se e caminham sem dificuldades. Mas até quando? Será que os tempos de tormentas já passaram? Porque se organizar de uma forma maior? Independência significa o máximo das conquistas?
  Percebemos ao longo dos tempos que o caminho para as instituições de segurança pública municipal não é e jamais será do tipo mais fácil. As gcm’s ainda têm um grande trajeto a percorrer em direção a um fortalecimento que jamais será completo, haja vista que nenhum servidor de segurança pública jamais estará completamente seguro.
  Não nos referimos ao termo “seguro” fazendo alusão à vida, pois esse risco é iminente e constante. Mas, ainda que a instituição esteja solidificada, os servidores não podem deixar de perceber que as tormentas vão e vem, e por mais que um executivo municipal, hoje, seja aquele do qual se possa orgulhar, outros virão, esses podem de certa forma não serem tão bons para os agentes e até para a própria instituição.
  Talvez o imediatismo do ser humano, o faça achar que “se agora ta bom, não tem como piorar”. Talvez não entendam que ter uma representatividade organizacional é de suma importância. Talvez não consigam entender que “o copo de água nem sempre estará meio cheio”. O grande perigo é se contentar com o agora e não enxergar que o futuro existe, e ele pode não ser tão agradável como o presente.
  As associações exclusivas para guardas municipais são a linha de frente mais certa para o tipo de terreno no qual as GCM’s labutam. Nada contra os sindicatos de servidores públicos. Mas vamos e convenhamos, é muita gente e muitos assuntos para dar conta. Com as associações exclusivas, é tudo diferente. Seus dirigentes entendem do assunto, conhecem o teatro de operações e principalmente, não tem medo de buscar o que ainda podem não saber. Bom, pelo menos deve ser assim.
  Mas o que vemos, e é ridícula essa afirmação, são associações fragilizadas por falta de apoio daqueles que acham que tudo se consegue “na tora”, de um dia para o outro e “na fé”, daqueles que cobram tudo e não ajudam em nada, daqueles que esquecem que sem alicerce não se constrói nada e sem retaguarda um exercito não vence. Seria cômico se não fosse trágico pensar assim.
  Uma associação combate desmandos, recicla e atualiza as diretrizes fundamentais da segurança pública municipal, defende interesse coletivos, fiscaliza ações, propõe soluções, e o principal, é composta por aqueles que literalmente, teórica e praticamente, entendem do assunto. Quem melhor para cuidar de guardas municipais do que os próprio?
  O agente de segurança pública que não entende a necessidade de uma retaguarda jurídica, técnica e operacional forte, no mínimo dar conta sozinho de uma cidade inteira. É o velho mote do profissional “grandão e de cara feia” que há muito tempo dominou a profissão e que talvez esteja voltando na atualidade. Ou quem sabe, bastou colocar uma farda no corpo, uma arma na cintura e ter uma viatura pra rondar, que ta tudo certo. Que pena, quando acordarem, será tarde demais.
  
  Continuo a afirmar, os piores inimigo dos agentes de segurança pública municipal, são seus pares de profissão.



Ricardo Noronha Junior - Policial Militar
(Especialista em: Municipalização de Trânsito, Segurança Pública Municipal, Ex-Superintendente de Trânsito e Responsável pelo comando da GCM de Santa Luz/Ba. de 2013 à 2015.)

4 comentários:

  1. Parabéns ao trabalho realizado das guardas municipais do Brasil, estou lutando para ser um também, admiro o blog de vocês e o artigo desse policial militar, sempre sábio nas palavras!

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  2. Parabens guerreiro e irmao .o que acontece atialmente é isso.muito .as vzs a falta de conhecimento.deixa serem enganado por seus gestores.e se torna contra ao proprio colega sendo o inimigo dele proprio.esse policial ten bons conhecimentos!

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  3. PARABÉNS NORONHA, SEI QUE VOCÊ VESTE OUTRA COR DE FARDA , MAIS TEM NA POLITICA PROFISSIONAL QUE "NÃO IMPORTA A COR DA FARDA UTILIZADA PELO AGENTE DE SEGURANÇA PÚBLICO OU PRIVADA , O QUE IMPORTA É A UNIÃO DAS FORÇA CONTRA OS VERDADEIROS INIMIGOS" SEI DE SUAS LUTAS PARA MELHORIA DA SEGURANÇA PÚBLICO NAS CIDADES DA REGIÃO DO SISAL, E ESTEVE SEMPRE SOLICITADO A AJUDA A TODOS QUE FOREM A SUA PROCURA, TENHO MUITA SATISFAÇÃO EM TER VOCÊ COMO AMIGO, OLIVEIRAASSINADO GCM DE CIDADE DE ARACI BA.

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